Soneto 66 de Shakespeare
- roizluis
- 16 de mar. de 2024
- 2 min de leitura
Soneto 66 de Shakespeare, original e duas traduções
Tired with all these, for restful death I cry,
As, to behold desert a beggar born,
And needy nothing trimm’d in jollity,
And purest faith unhappily forsworn,
And guilded honour shamefully misplaced,
And maiden virtue rudely strumpeted,
And right perfection wrongfully disgraced,
And strength by limping sway disabled,
And art made tongue-tied by authority,
And folly doctor-like controlling skill,
And simple truth miscall’d simplicity,
And captive good attending captain ill:
Tired with all these, from these would I be gone,
Save that, to die, I leave my love alone.
Farto de tudo, clamo a paz da morte
Ao ver quem de valor penar em vida
E os mais inúteis com riqueza e sorte
E a fé mais pura triste ao ser traída
E altas honras a quem vale nada
E a virtude virginal prostituída
E a plena perfeição caluniada
E a força, vacilante, enfraquecida
E o déspota calar a voz da arte
E o néscio, feito um sábio, decidindo
E o todo, simples, tido como parte
E o bom a mau patrão servindo
Farto de tudo, penso, parto sem dor
Mas se partir, deixo só o meu amor
(Soneto nº 66 por Jorge Furtado, p.82)

De saco cheio, mando tudo às picas
Ao ver só gente boa se ferrando
E as mais escrotas rindo à toa, ricas
E as crentes, puras, só no cú levando
E prêmios dados a um monte de bostas
E virgens puras pagando boquetes
E a perfeição xingada pelas costas
E os fortões entubando croquetes
E a cultura virar supositório
E a chusma de imbecis cagando regras
O bom e simples tido por simplório
O mal triunfa e o bem toma nas pregas
De saco cheio, vão todos se fuder!
Só o que eu não posso é meu amor perder
(Soneto nº 66 por Jorge Furtado, p.83)
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